As mudanças climáticas são uma catástrofe crescente e uma enorme oportunidade para o mundo. Elas exigem uma transição energética rápida e global. A velocidade dessa mudança dependerá da escala e do alcance do investimento disponível. Também dependerá da manutenção de um amplo apoio público, especialmente das pessoas diretamente afetadas pelas novas e vastas operações de mineração e por megaprojetos renováveis. Os impactos da crise climática global estão se multiplicando rapidamente, especialmente para as comunidades indígenas e marginalizadas. Mas a transição não pode ocorrer às custas delas. Uma transição rápida também será uma transição justa. A alternativa é o abuso, a desconfiança, o atraso e o custo.
Uma transição justa para a energia limpa deve se concentrar em três princípios fundamentais:
Prosperidade compartilhada
Modelos de negócios eficazes que conduzam transições rápidas criarão confiança e estabilidade e reduzirão o risco sistêmico por meio de modelos de prosperidade compartilhada que desenvolvam os direitos das pessoas trabalhadoras e das comunidades nas operações e cadeias de suprimentos das empresas.
Direitos humanos e proteção social
Os governos e as empresas têm o dever de proteger as pessoas trabalhadoras e as comunidades contra danos; de demonstrar a devida diligência para minimizar os riscos aos direitos humanos e os ambientais; e de garantir a proteção social, a reciclagem das pessoas trabalhadoras e a criação de novos postos trabalhos dignos.
Negociações justas
As comunidades e as pessoas trabalhadoras precisam de garantias de que as negociações serão justas durante todo o ciclo de vida operacional e ao acessar a remediação de danos. Haverá consulta inclusiva à comunidade e implementação robusta dos princípios de consentimento livre, prévio e informado (FPIC) para os povos indígenas; e garantias de que as pessoas trabalhadoras e as lideranças indígenas e comunitárias não serão silenciadas por meio de intimidação ou violência.
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